Desde essa altura e até à Revolução Industrial, eram em
número reduzido as organizações de grandes dimensões, encontrando-se sobretudo
organizações artesanais, de cariz familiar, em que não havia a divisão do
trabalho, os atritos eram escassos e a posição face ao outro ou à sociedade era
definida e segura.
Chiavenato
defende que em toda a sua longa história
até ao início do século XX, a administração dos recursos humanos desenvolveu-se
com uma lentidão impressionante[1].
Peretti é da mesma opinião de Chiavenato, afirmando que:
(...)
a função quase não existia e os testemunhos são poucos. Através de alguns
romances, é possível descobrir exemplos de práticas de Gestão de Recursos
Humanos. Victor Hugo (Les misérables), a Condensa de Ségur (La Fortune de
Gasporel), entre outros, descreveram práticas de contratação, despedimentos,
formação, promoção e obras sociais[2].
Com
a Revolução Industrial, a natureza do trabalho altera-se provocando um
desequilíbrio no trabalho artesanal. Apareceram as grandes fábricas, em que as
pessoas eram postas a trabalhar para que se obtivessem economias de escala,
provocando uma deteorização das condições de trabalho da generalidade dos
trabalhadores.
Nos
finais do século XIX, para colmatar os inúmeros problemas humanos causados pela
industrialização, cria-se o chamado Welfare
Secretary nos Estados Unidos da América. Esta era uma função que
salvaguardava as necessidades dos trabalhadores, prevenindo assim que se
sindicalizassem.
Nas
primeiras décadas do século XX, a organização científica promovida por Taylor
vê as Welfare Secretaries serem
substituídas pelos primitivos Departamentos de Pessoal que, contribuíram para
melhorar a eficiência organizacional, mantendo os salários em níveis apropriados
e tratando de certas injustiças sociais.
No
período decorrido entre a primeira Guerra Mundial e os anos trinta, os
Departamentos de Pessoal vão assumindo, cada vez mais, papéis importantes, tais
como lidar com sindicatos, indemnizar e testar o pessoal recrutado.
Nas
décadas de 40 e 50, com a popularização do modelo das Relações Humanas de Mayo,
começam-se a valorizar os trabalhadores enquanto pessoas e os Departamentos de
Pessoal continuam a aumentar de importância.
Peretti
refere que na Europa, há o desenvolvimento
das Leis sociais, o reforço dos sindicatos e as novas necessidades de gestão de
pessoal (formação, recrutamento e aprendizagem) provocam, um pouco por todo o
lado, o aparecimento de um homem ou de um serviço de pessoal[3].
Jean
Fourastié afirma que a partir de 1945,
começa um período de crescimento denominado “os trinta gloriosos”. Que se
caracteriza por uma aplicação sistemática dos princípios de organização do
trabalho – de simplificação do trabalho e dos próprios produtos – pela inovação
das matérias e dos produtos, a subida do poder de compra, do nível de vida de
consumo[4].
Nos
anos 60 e 70, nos Estados Unidos, surgem importantes leis contra a
discriminação sexual, racial e religiosa no trabalho, assim como leis que
promovem melhor segurança e saúde no trabalho. Com estas medidas começa-se a
sentir um progressivo crescimento da área de recursos humanos. Relembre-se que
inicialmente a missão deste órgão era a de servir de amortecedor das insatisfações do pessoal, e ao mesmo tempo, um órgão
técnico administrativo relativamente isolado da direção da empresa. Agora,
passa a ter uma atividade contribuidora para a modernização constante das
organizações como um todo.
É
assim que evoluímos do termo Gestão de Pessoal para a Gestão de Recursos
Humanos. A Gestão de Recursos Humanos, veio contribuir para uma maior
criatividade, aprendizagem constante e motivação para o sucesso das empresas.
Daí a Gestão de Recursos Humanos se ter tornado uma variável estratégica para o
êxito da empresa.
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